quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Conversa

Ontem a noite, Vovô Mario foi lá em casa. Tem alguns dias que ele nos visita a noite e lancha com a gente.
Enquanto estávamos na mesa lanchando, Papai começou com um assunto nada legal. Aprontei na escola! E ele contou para a Mamãe na frente do Vovô:
“Olha só, Mamãe, o Dudu aprontou ontem e hoje na escolinha, sabia? Gritou com a profe porque ela pediu para ele sentar”. Fiquei com muita vergonha. Do Papai, da Mamãe e do Vovô. Mamãe disse que depois a gente ia conversar, mas adiantou que Papai, ela e até o Vovô ficaram muito tristes comigo. Vovô até fez cara de bravo para mim.

Depois do lanche o Vovô foi embora, Mamãe me deu banho, e falou que depois que ela tomasse banho, iriamos ter uma ‘conversa’. Fiquei com medo. A última vez que Mamãe falou essa palavra, foi quando ela estava tentando tirar minha fralda. Na época, eu fiquei com muito medo que ela brigasse comigo caso eu sujasse minha roupinha, então eu só fazia xixi se eu estivesse de fralda (na hora de mimi), ou então na hora do banho. Ela me chamou para uma conversa. Fiquei com medo que ela brigasse. Mas não, ela falou que se eu não lembrasse de pedir para ela me levar para o vaso, não tinha problema, que eu ainda estava aprendendo, e que ela não ia brigar comigo. Se eu tivesse vontade era só eu pedir que ela me levava, e se escapasse ela não ficaria brava. Depois daquilo parei de segurar, mas eu não lembrava de pedir à ela para me levar no vaso, e sempre escapava. Ouvi ela comentando com Papai que eu era ainda “imaturo” para sair das fraldas, que dava para esperar as férias, pois eu não iria para a escolinha e seria mais fácil. Não sei o que é ser imaturo, mas sei que depois ela voltou a colocar fraldas em mim. Era bem legal colocar cuequinhas coloridas, mas sempre escapava xixi, e eu ficava com vergonha. Fralda é bem mais legal, e só percebem que sujei ela quando faço um cocô fedido... hehehe

Mamãe saiu do banho e já me pediu para eu ir para o sofá. Sentei lá e esperei. Ela chegou e disse para mim que a profe contou para a Vovó que eu gritei com ela quando ela pediu para eu sentar. Que ela e Papai estavam MUITO tristes comigo. Perguntei se o Vovô também. Ela disse que sim. Continuou dizendo que não pode gritar com a Profe, e tenho que obedecer ela. E se eles soubessem que eu gritei denovo, eles iam conversar comigo mais uma vez e eu ficaria de castigo!

Papai também pediu para eu pedir “desculpa”. No desenho do Pocoyo, quando ele derruba o castelo da Eli, ele pede desculpa para ela. Acho que pedimos desculpas quando fazemos algo bem errado. Nunca tinha dito essa palavra, mas tentei, e saiu: “Dicuuupa”. Ele pediu para eu também pedir desculpas para a Mamãe e obedeci. Mamãe perguntou se eu ia gritar denovo com a Profe, e respondi que não. Mamãe me deu um beijo e falou que eu podia voltar a brincar.

Fiquei bem triste. Acho que fiz feio... Não gosto que as pessoas fiquei tristes comigo... Vou lembrar sempre antes de gritar, que eles ficarão tristes, e que com isso, eu também ficarei triste.

Agora aprendi: sem gritos! Dicuuupa!


terça-feira, 24 de maio de 2011

A tal "Rotininha"

Papai e Mamãe sempre comentam com as pessoas que tenho uma ‘rotininha’: “Precismos ir, pois o Dudu tem a rotininha dele” ou “Ele está assim, pois fugiu da rotininha”. Até então, eu não sabia ao certo o que isso significava, agora estou descobrindo.

Tem um momento do meu soninho, quando já é de dia, que vejo a Mamãe entrar no quarto. Ela vê se a minha fralda está sequinha e geralmente ela está. Ela me traz um delicioso mamá quentinho, mamo até ouvir aquele barulhinho de “acabou”, agarro meu cheiroso, pego minha chupeta e volto a dormir.
Depois disso, ninguém me acorda. Acordo sozinho, e fico na cama curtindo uma preguicinha.... Mamãe sempre fala que sou preguiçoso como ela. Ela também gosta de ficar na cama antes de levantar. Fico ali olhando o teto, meu móbile de urso bobo que nem se mexe, ou a porta, vai que alguém vai me espiar. Depois que canso de tanto curtir a preguiça, sento e brinco um pouco com meus amigos do berço: Tigrão, Urso e Macaco. Ficamos ali um tempo conversando, contando como foi nosso dia anterior e a noite. Depois geralmente eu sujo minhas fraldas, ou então fico cansado de ficar no berço, aí levanto e começo a chamar alguém. Geralmente é a Vovó Regina que vem me pegar.
Ela tira meu pijama, coloca uma roupinha em mim, e vamos para a casa dela, que é bem pertinho da minha casa. Vamos andando mesmo!

Lá na casa dela, brinco com meus carrinhos, brinco com pedrinhas, corro atrás da Cindy, ou então brinco com o Leo, as vezes a tia Nice leva ele lá para a gente brincar.
Depois fico com fominha, e eu corro pegar meu carrinho, coloco ele na cozinha, subo nele, e peço papá para a Vovó. Esse papá ela chama de ‘almoço’. Como quase sempre tudo, pois o papá dela é bem gostoso! Depois do papá, ela escova meus dentes e coloca meu uniforme. Adoro meu uniforme! Minha calça é verde cor de grama, a minha jaqueta é igual e tem o desenho de um menino nas costas. Minha camiseta é branca, tem o símbolo do trabalho do Papai e o mesmo desenho do menino nela.

Depois que ela coloca o uniforme, ela arruma meu cabelo e vamos para o carro dela. Sento na minha cadeirinha e vamos para a escolinha!!!
Lá é bem legal, tem um monte de meninos e meninas iguais a mim. Lá nos encontramos para brincar! Tem brincadeiras no parquinho, pintamos com giz, com tinta, mexemos com massinha, aquarela.... Tanta coisa, que quando a Vovó vem me buscar, mal entro no carro e meus olhinhos ficam tão pesados que quando acordo Papai já chegou na Vovó para me buscar!

Ele me leva para casa e ficamos esperando a Mamãe. Enquanto isso vamos brincando com meus aviões ou meus carros. Ela chega e começa a dividir tarefas com Papai. Um apronta a ‘janta’ ou o lanche, o outro me dá papá, que é o mesmo do almoço, pois a Vovó coloca um pouco do meu almoço num potinho e manda para eu comer a noite. Quando o Papá é gostoso é bem legal, mas quando lembro que no almoço nem era tão bom, eu digo “Não” e não como. Prefiro comer o que Papai e Mamãe comem, e como geralmente é pão, eu adoooooro!

Depois de jantar, é hora do banho! Levo um brinquedo meu para tomar banho junto comigo, e os que não podem entrar na água, ficam me olhando do lado de fora do box. É bem legal!!! Ruim é a hora de sair......

Brinco mais um pouco, Papai e Mamãe escovam meus dentes, eu tomo água, e vou para o berço. Eles rezam para o Papai do Céu comigo, e vão para a sala. As vezes já viro para o lado e durmo. Em outras, eu converso com meus amigos do berço até ficar com bastante sono. Durmo a noite toda e o outro dia é a mesa coisa!

Acredito que como é todo dia, praticamente a mesma coisa, isso deve ser a chamada ‘rotininha’ que eles tanto insistem, né? É bom, pois sempre sei o que vem a seguir. Quando é muito diferente, eu fico meio perdido e isso me deixa nervoso!

Tem alguns dias que são diferentes, mas são legais. São os que ao invés da Vovó vem o Papai ou a Mamãe me tirar do berço, aí é tudo diferente, nem para a escolinha eu vou! Mas isso conto em outro dia, agora vou ver se a Vovó me dá uma bolachinha, esse papo todo me deu uma fominha!!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Lutando contra o Inimigo!

Ontem a noite Papai não estava em casa. Era só eu e Mamãe.
Depois de brincarmos de Giz, de Mamãe me dar papá, de dividirmos umas bolachinhas que cabiam inteiras na boca, eu acabei não segurando e, ups, fiz cocô!

É engraçado que eu faço bem quietinho, e quando começo a tentar disfarçar, (pois parar a brincadeira no meio pra trocar uma fralda é o fim...), Mamãe pergunta se fiz cocô, respondo de imediato que “Não!”, mas parece que ela adivinha e me tira de uma super brincadeira me levando para o trocador.

Ontem, todo esse processo foi super normal e previsível, mas eu não contava com o que iria acontecer em seguida.
Estávamos ali, eu naquela posição meio estranha, e Mamãe conversando comigo, quando eu avistei meu maior inimigo: o Nham. Ele estava ali, parado, me olhando. Seu olhar não era normal. Logo o reconheci. Era o Nham Alfa, o chefe do bando. Aquele que sempre me acorda no meio da noite com um barulhinho baixo, porém ensurdecedor. Me morde sem dó e depois sai rindo. Fico ali, imóvel, pois meu medo é tanto, que não consigo mover um dedo sequer. Após sua saída só fica a dor, e a coceira..... como coça aquilo! No dia seguinte, nasce uma bolinha vermelhinha, que só faz alimentar o medo que sinto dele.

Quando Papai entra no meu quarto e vê que ele está superpopuloso de Nhams, ele coloca um veneno, e eles não conseguem chegar até mim, mas quando Papai esquece, minha noite não é a mesma coisa. Claro que como sou um menino grandão, não dou o braço a torcer e fico ali, sofrendo sozinho, não acordo Papai nem Mamãe, mas eles vêem no dia seguinte que fui injustamente atacado, e lembram de colocar veneno.

Então é chegado o momento em que nos encontramos numa situação de igualdade, ele com todo o seu esplendor de Nham, eu, podendo enxergar ele olho a olho, e ainda contando com a ajuda da Mamãe, que não deixaria ele se aproximar!

Mostro ele para Mamãe, no exato momento em que ele faz um gesto para mim com suas patas imundas, como que dizendo: “estou de olho em você”. Mamãe o vê, mas não dá muita importância... Creio que ele não teve o disparate em ataca-la ainda. Ela começa com aquela velha história de que se eu não me comportar direitinho, o Nham vem e faz Nhaaaac em mim à noite, e me faz coceguinhas.... Isso é tão gostoso! E essa cena só faz ele ficar ainda mais nervoso. Se mexe. Eu agarro na mão da Mamãe, com muito medo, e aponto o dito cujo. Mamãe percebe e diz que assim que ela terminar de me trocar ela me ajuda a tocar ele, e que ela não deixaria ele sequer chegar perto de mim. Que me protegeria sempre. Fiquei mais aliviado.

Começo a dizer “Sai!” pra ele. Vovó sempre fala isso para a Sindy, a cachorrinha dela, principalmente quando ela fica tentando comer as migalhas que caem do meu almoço. Mamãe sempre diz que falar assim é feio.... Falou que eu deveria pedir licença. Falar para o Nham: “Licença Nham, por favor, vá para sua casa”. Será que ela falava sério??? Obedeci. Comecei a pedir licença para o dito cujo, mas ele começou a rir de mim. Me agarrei à Mamãe. Ela me pediu calma.

Depois que ela acabou todo o procedimento de troca de fralda, me levantou e me mostrou como tocar o meu inimigo. Pegou um paninho meu, e fez vento para ele voar. Ele ficou ali, firme! Eu ajudei, e nada! Ela repetiu o movimento (sempre sendo educada e pedindo licença). Até que ele voou para o teto. E ela não desistiu, e continuou com o ventinho. Ele voou para outra parte do teto, e depois sumiu. Mamãe disse que ele finalmente foi para a casa dele. Olhei em volta, e realmente não mais o observei.

Fiquei tão feliz e aliviado, que nem me importei pelo falo dela me levar para escovar os dentes, sei bem que a ordem é dentes, água, cama. Como eu tinha certeza de que essa noite eu estaria sem inimigos no meu quarto, não liguei em ir dormir. Depois que fiquei sozinho no berço, o Tigrão me elogiou, e falou que juntamente com Mamãe, agimos feito heróis. Ele viu a expressão terrorista do Nham e sentiu muito medo, mas eu o enfrentei ferozmente. Mal ele sabe o quanto senti medo, mas não demonstrei.

Me abracei à ele, e falei igual Mamãe, que o protegeria sempre e não deixaria mais o Nham chegar perto dele. Questão de honra!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Família

Sempre ouço as pessoas falarem sobre família, mas não entendo muito bem o que isso significa. Algumas pessoas sei que são família, outras, ainda tenho dúvidas.

Papai e Mamãe tenho certeza que são minha família. Mamãe sempre entra em casa e diz: “Olá Família amada! Cheguei!” Isso significa que Papai, Mamãe e eu somos família. Creio que a Vovó Regina, o Vovô Mario, a Vovó Iza e o Vovô Minho, são família também, pois ouço sempre Mamãe e Papai falarem a palavra família quando falam deles. Aliás sei bem que quando ligam lá em casa, qual Vovô ou Vovó se trata. Se a Mamãe fala Pai ou Mãe, sei que é a Vovó Iza ou Vovô Minho.... Se ela cita nomes, sei que são os outros avós. Se é papai que atende, é a mesma coisa. Mamãe sempre comenta com Papai que eu sei dessa diferença... Não entendo o porquê da empolgação dela. É óbvio!

Eu tenho 3 dindos.... O Dindo PC, que é marido da Tata, que é irmã do Papai.... A Tata é minha Dinda. Eles devem ser família também, né? Tenho também o Dindo Marcelo, que também é irmão do Papai. Se ele é irmão da Tata, então são todos família.

Minha Mamãe também tem irmã, a Tia Paula. Irmãos devem ser família. Todo mundo tem irmãos.... O Leo, meu amiguinho, tem uma irmãzinha neném, bem pequenininha. O João Pedro tem o Lucas. Eu não tenho irmão. Será que um dia vou conhecer um irmão?

Ontem, na casa da Vovó Regina tinha um monte de gente. Um monte de “tios”. Não conheço muito bem eles. Tinha uma menina do meu tamanho que falaram que era minha prima. Nunca conheci uma prima. O nome dela é Malena. Já entendi que quando alguém é alguma coisa e tem um nome, quase sempre ela é família. A Malena é prima. A Paula é tia, e assim por diante.

As minhas Profes, são Profes e têm nome, mas não são família.... Não entendi mais. O que é ser família? Quando as pessoas têm a mesma Mamãe, a mesma Vovó? A Malena não tem a mesma Vovó que  a minha.... Aff.... Difícil isso...

Só sei que família deve ser algo legal, pois as pessoas falam alto e riem muito quando tem uma família reunida. E todo mundo tem família... Eu sou a família do Macaco e do Tigão. Vi num livro que os amigos do Tigrão é que são sua família, e que eles se amam muito. Lá em casa Papai e Mamãe se abraçam, me olham e dizem “Papai e Mamãe se amam...” Quando eles me colocam para dormir, sempre dizem que me amam. Mamãe já me ensinou a dizer “Te amo”. Amor é algo bom. Pois sempre que as pessoas dizem isso, dizem sorrindo.

Pensando assim, a minha família são todas as pessoas que dizem que me ama. E são várias. Igual ao Tigrão!!!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Dudu, o Prestativo!

Depois que comecei a dar meus primeiros passos, começou a acontecer uma coisa muito legal. As pessoas começaram a pedir coisas. ”Dudu, pega o brinquedo lá”. “Dudu guarda onde estacava”. “Dudu, leva lá pra mim!?”. E isso é muito legal. Sim, pois você faz, e as pessoas acham isso lindo e ainda ganho um carinho.

Mamãe adora regras, e lá em casa uma regra bem clara é: terminou de brincar, guarda tudo. E a parte mais legal de brincar e fazer bagunça espalhando meus carrinhos pelo sofá todo, ou espalhando as bolinhas da minha barraca de bolinhas pelo quarto inteiro, é que quando me canso de brincar, começa a brincadeira de guardar. E eu adoro guardar. Para os carrinhos, escolho uma caixa bem bonita, e vou encaixando um a um ali. Primeiro os maiores, os de tamanho médio, os menores. Depois que todos estão guardadinhos, resolvo tirar todos da caixa, e guardar novamente, pois essa brincadeira também é legal. Guardar, tirar, guardar. Faço isso até cansar!

Com relação as bolinhas, não é tão legal quanto aos carrinhos, mas sempre crio uma brincadeira para guarda-las. Ou vou pegando por cor, ou tento pegar o máximo de bolinhas possível com as mãos, ou então vou contando. Ah, agora já conto até dez! Mal consigo falar os números, é difícil pronunciar todos, mas tentoi. E ainda mostro nos dedinhos a quantidade: “Uh, dois, eis, atro, cinco (perfeitinho), eis, ete, oto, ove, déissssss”. Quando Vovó Regina conta que sei contar, as pessoas olham pra ela achando que é ‘corugisse’ dela. Papai e Mamãe fizeram a  maior festa quando comecei a contar pra eles... Mas é tão fácil.... Não entendo o porquê do espanto. Sempre quando vou subir ou descer as escadas da escolinha, eu conto os degraus, e muitos coleguinhas fazem isso.
Voltando com a história das bolinhas, é legal quando tem alguma embaixo do meu berço, aí me abaixo, me arrasto no chão e vou na missão de salvar a pobre bolinha perdida debaixo do meu berço. Sempre tenho medo que tenha algum Nham lá embaixo, ou que eu bata a cabeça forte quando eu vou sair, mas a diversão de salvar a bolinha, vale à pena.

Quando Mamãe ou Papai vão ao mercado, gosto de ajudar a passar as compras naquela máquina que faz “pip”... Coloco algumas coisas naquela esteira que faz as compras andarem, e uma moça passa a compra no “pip”. Mamãe acha lindo quando ajudo nisso. Quando colocamos ou tiramos as coisas do carro, sempre carrego alguma coisa. E sou o responsável por guardar meus pacotes de fralda na minha cômoda.

Mamãe também costuma dar minha fralda suja embaladinha para eu colocar no meu lixo. Ou então algum papelzinho para colocar naquele lixo grande que fica lá na lavanderia.

Outra coisa, que é bem legal, é que tem algumas vezes que Papai e Mamãe começam a limpar um monte de coisas na nossa casa. Eu corro até um armário que tem um monte de panos de limpar, escolho um pequeno,  e começo a ajudar na faxina.... Limpo os armários da cozinha, as cadeiras, as paredes, o sofá, e sempre ajudo Papai a limpar a estante.

A vassoura é ainda mais legal, passar ela no chão dá uma sensação de ser grandão. Quando Papai não pega ela, eu faço isso. As vezes ele está cansado, não custa eu ajudar, né? Mamãe também me pede para eu colocar minhas roupinhas sujas em um cesto que fica no meu quarto, isso é bem fácil, basta eu jogar de bem longe e acertar o cesto. É tão fácil que nem tem graça.

Mas a brincadeira mais legal, é tirar matinhos do jardim. No jardim da minha casa, tem uma parte que tem grama, e outra parte que tem umas pedrinhas brancas, que Papai não deixa eu jogar na rua. No meio da graminha e das pedras, nascem uns matinhos que precisam ser arrancados, senão, segundo Papai, fica feio. Arranco todos que eu consigo. Alguns são mais difíceis, mas Papai me ajuda. A minha real tarefa é jogar fora os matinhos arrancados. Papai arranca e me dá, eu vou lá e jogo fora. Faço isso sem cansar nunca, pois cada matinho é diferente, e é legal sentir a folhinha na mão, ver se é grande, pequena, mole, dura...

Ontem quando Mamãe chegou em casa, eu e Papai estávamos arrancando matinhos. Mamãe saiu do carro, me deu a sacola de compra de fraldas para eu guardar, entramos em casa e ela fechou a porta. Chorei, pois eu sabia que ainda tinha matinhos para arrancar. Peguei Mamãe pela mão e mostrei a porta. Ela entendeu e fomos lá, terminar a empreitada. Dessa vez, Papai deu as coordenadas à ela e ficou olhando nosso trabalho. Mamãe arrancou muitos matinhos e ficou cansada. Papai me lembrou dos meus carrinhos e resolvi entrar. Creio que exterminamos todos os matinhos do jardim. Não vejo a hora que eles cresçam novamente.

Na escolinha, também gosto de ajudar as profes. Elas sempre me pedem favores, eu faço, e elas sempre falam que sou bonitinho. Ouvi a profe Thais falando para a Vovó Regina que eu sempre guardo meus brinquedos e que sou muito prestativo. Não sei o que isso significa, só sei que a Vovó, depois dessa conversa, sempre conta para as amigas dela que sou prestativo. Acho que prestativo deve ser as pessoas que guardam brinquedos, e que fazem favores para as profes. Sou o prestativo da minha turminha!

Toda essa conversa me deu vontade de descansar um pouco. Acho que fui prestativo demais hoje.
Até breve!


terça-feira, 10 de maio de 2011

O que eu vou ser, quando crescer!

Um dia sei que serei bem grandão. Igual Papai. Sei também que quando as pessoas ficam grandes elas trabalham. Todo mundo trabalha. E trabalhar deve ser bem legal, pois todos os dias as pessoas vão trabalhar!

O que eu já percebi também, é que as pessoas têm trabalhos diferentes. Mamãe, Papai, Tata, os Dindos.... todo mundo faz uma coisa diferente. Foi aí que eu comecei a pensar o que eu quero fazer.

Primeiro, prestei bem atenção na conversa do Papai com a Mamãe. Todo dia, quando eles sentam juntos para comer pão (eu adoooooro pão, mas eles me dão a tal Janta. Dizem que é mais gostoso, então porque eles não comem Janta?), e me colocam sentado junto com eles, conversam sobre como foi dia. Ouço Mamãe falando de empresas. De planilhas, de números, de análise de resultados.... Assim, só entendi a parte de números.... eu já sei contar: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Mas, o que ela faz com os números? E essas outras palavras? Será que ela tem uma turminha de números sentados? Que ela faz desenho com eles? Ou será que ela ensina número para as pessoas? Ela nunca me falou que era profe.... acho que não é isso... Será que ela vende números em uma loja? Aff... Mamãe faz algo chato. Já cansei de pensar o que ela faz. Não quero fazer o mesmo que Mamãe! Sem contar que ela usa umas roupas sérias demais. Papai tem um jeito mais descontraído de se vestir!

Ele sempre fala de empresas também. Já falei que ele trabalha no mesmo lugar que eu vou pra escolinha, né? Lá é legal! Ele também sempre escolhe músicas para as “aulas” dele. Ele sempre fala de saúde e qualidade de vida. Hum... acho que Papai trabalha dançando em empresas. Mas Papai dança tão mal... Bom, de qualquer maneira, não acho tão legal assim dançar. E eu tenho bastante saúde, Mamãe sempre diz isso. Também não quero fazer o mesmo que Papai.

Já que não gosto nem do que Mamãe faz, nem do que Papai faz, fico em dúvidas com relação ao que fazer!!!
Gosto de brincar com carrinhos. Eles são legais. São coloridos e fazem um barulho legal. Adoro colocar todos eles lado a lado. Fica bonito. Fico tanto tempo colocando eles em ordem que até cansa minhas perninhas e eu tenho que sentar.
No final de semana Papai me mostrou na TV que tinha uns carrinhos correndo. É bem legal. E alguém deve dirigi-los.
Mas não sei..... andar de carro dá sono. Sempre quando sento na minha cadeirinha no carro, pego minha chupeta e meu Cheiroso e me dá sono. Acho que não quero dirigir carrinhos, não!

Outra coisa que eu também gosto muito é de avião! Ele fica lá no céu, perto da Lua e do Sol, e faz um barulho legal também. Não deve dar sono pois ele anda bem rapidão. Alguém dirige o avião, já vi nos vídeos que o Papai coloca no computador. E ainda, das vezes que fui no aeroporto, vi que o avião anda no chão também. De repente eu posso dirigir o avião igual um carro por um tempo, e quando eu cansar (e ficar com sono), eu vou dirigir no céu. Isso!!! Eu quero dirigir avião. Nunca vi ninguém dirigindo avião na rua, mas deve ser legal fazer isso.

Todo esse papo me deu vontade de brincar com meus aviões. Vou lá dirigir um pouquinho, e depois volto. Até!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

MInha Mamãe

Na semana passada, minhas profes colocaram uma musiquinha e começaram a dançar. Pediram para que todos nós fizéssemos igual, e foi bem divertido!
Elas levantavam o braço e fazíamos o mesmo. Isso foi ficando divertido. E cansativo.... Chegou uma hora que fiquei nervoso e com sono e não quis mais, não! Nos outros dias, acontecia a mesma coisa.

Teve um dia que eu acordei com muita preguiça, e tudo me dava vontade de chorar. Na escolinha não quis fazer a tal dancinha. Fiquei sentado, olhando meus coleguinhas dançarem, caso contrário, me daria vontade de chorar. Foi um dia muito difícil.

No dia seguinte,  a Vovó não vestiu meu uniforme. Colocou outra roupinha em mim, passou gel no meu cabelo e falou que eu estava lindo. Acreditei, pois sempre fico lindo... Peguei meu Joel* e fomos para a escolinha.

Lá, o ensaio começou cedo. Dançamos a musiquinha algumas vezes, mas elas pararam antes de eu ficar cansado. Colocaram um coração com uma foto minha na minha camiseta. Ficou bem legal! E nos mus coleguinhas também. Fiquei muito curioso para ver a foto dos meus coleguinhas, mas eles não me deixaram ver não.
Fizemos uma fila, e a profe Thais falou que iriamos apresentar para as Mamães. Será que a minha Mamãe iria na minha escolinha para me ver dançar a tal musiquinha? Achei que não!

Entramos num salão cheeeeio de gente. Não, minha Mamãe não estava ali. Enquanto eu procurava por ela, minha profe me colocou do lado dos meus coleguinhas. A música começou. “Quando me perdi, você apareceu...”. Comecei a fazer os gestos da profe Thais, foi aí que me passou uma ideia genial na cabeça. Como meus coleguinhas estavam todos olhando para a profe Thais, para dançar igual a ela, eles nem notariam se eu fosse olhar no coração deles a foto que estava lá dentro. “...você é a escada da minha subida, você é o amor da minha vida....” Fui no meu primeiro coleguinha e ele não deixou. Fui no segundo, terceiro, tentei ver o quinto, sexto, quando estava chegando no final, a profe Jéssica veio me pegar. Me colocou no final da fila. Como ela não dançava, eu não tinha como imitar ninguém. Fiquei ali parado. ... “você é a espera na janela, a ave que vem de longe, tão bela...”  A profe Jésscia se abaixou e eu fiz o mesmo, ela olhou para mim, e levantou. Colocou a mão na cintura, imitei. Ficou chato. Sentei. A música começou denovo. Começou a me dar sono. A profe veio denovo e me colocou de pé e falou que a Mamãe estava ali e era para eu dançar pra ela. Eu sabia que Mamãe não estava ali, não achei ela...

Olhei para o meu coleguinha do lado, que não dançava, não sentava, não fazia nada, e tentei olhar o coração dele. Ele não deixou. O professor de Educação Física falou pra mim que não podia fazer isso. Aff... que coisa!!!

Olhei para a profe e ela mexia no cabelo. Comecei a mexer no meu. Ela deve ter mudado a coreografia desde a última vez que dancei. Depois de eu puxar muito meu cabelo a música acabou. Todas aquelas mães começaram a bater palmas e eu ajudei. Foi bem legal a parte das palmas. Todo mundo sabia essa parte da coreografia! Que legal!

Meus coleguinhas começaram a correr para as Mamães deles. E a minha? Será que ela estava naquele lugar que um dia ela me mostrou, e disse que era seu trabalho? Para mim aquilo era uma casa grandona, se ela disse que era trabalho, eu acredito nela.

A profe Jessica  me pegou pela mão e falou para eu ir com a Mamãe. Foi aí que reconheci o sorriso mais lindo do mundo: Minha Mamãe! Ela estava ali na minha frente o tempo todo, mas eu não a vi. Eram tantas Mamães juntas que eu não vi a minha. Poxa, e eu nem fiz a dancinha pra ela. Acho que ela nem notou, pois ela estava tão feliz, que acho que ela gostou da minha performance. Sentei no colinho dela. Ela me enche de beijos. Foi bom!

Depois fomos para a minha salinha e eu fiquei com muito medo dela ir embora. Fiquei grudado nela. Ela pegou comidas gostosas, suco e sentou no chão, ao lado da minha cadeira. Comemos juntos. Vi que meus coleguinhas também comiam com as suas Mamães. Então é isso o tal Dia das Mães?

Entreguei um presentinho pra ela. Lembro de quando eu coloquei minhas mãozinhas na tinta e a profe encostou elas naquela toalha. Ficou tão lindo. Mamãe gostou bastante!

Depois de tirarmos muitas fotos, de comermos um monte de coisa gostosa e de tomar um montão de suco, Mamãe pediu para eu me despedir das Profes. Legal, Mamãe vai me levar pra casa!!!

Gostei desse dia. Mamãe nunca fez lanchinho junto comigo na escolinha. E nunca me viu fazendo dancinha. Ela deve ter gostado muito, pois depois ela ficava cantando a música pra mim, e eu fazia algumas partes da coreografia que eu lembrava que as profes faziam. E mesmo gostando muito desse dia, não esquecerei da hora em que reconheci aquele sorriso no meio dos outros sorrisos. Tem coisa mais legal que ver o sorriso da nossa Mamãe? Adoro o da minha! Me dá vontade de rir junto! Delícia!

*Joel = Malinha da escola, a qual possui rodinhas e um bichinho com o nome Joel.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desenhos...

Quando eu era pequeno (bem menor do que hoje), eu estava encima da cama, na casa da Vovó Regina, e a Tata estava guardando algumas coisas em algumas caixas. Vi um bloco de papel e uma caneta. Até então eu não tive coragem de pegar aquilo, mas sempre vi algumas pessoas pegando a tal caneta e passando no papel. Resolvi tentar.

Peguei a caneta, e ela era pesada. De um lado ela era redondinha, e do outro mais fininha. Pressupus que era aquele lado que eu encostava no papel. Peguei o bloco, encostei a caneta. Nada aconteceu. Nada acendeu, nenhuma imagem apareceu.
Já naquela época, quando eu apertava um botão na TV, sempre acontecia alguma coisa, ou Mamãe aparecia gritando um sonoro “Não!”, ou então mudava a imagem, desligava, ficava tudo cinza. Isso sim era legal!

Aí que eu tentei passar a caneta no papel. Não é que começou a aparecer uma linha fininha e colorida naquele papel branco? Continuei. A linha foi ficando maior, e cheia de curvas. Tentei desenhar minha bola. Aí a Tata chamou a Vovó Regina, tiraram fotos e falaram que aquilo era uma gracinha. Hum..... Fazer linhas no papel é legal então??? Gostei disso!

Dias depois ganhei uma caixa da Tata cheia de canetas coloridas. Eram mais gordinhas e as linhas que saíam delas, era mais grossas. Chamavam aquilo de Giz.
Como eram coloridos, era muito legal fazer linhas com muitas cores, e quando cansava de um, pegava outro, e nunca ficava chato.

Num belo dia, estava eu na casa da Tata, meio sem o que fazer, aí a Tata chega com uma caixinha de giz, e um bloco tão grande que chegava a ser maior que eu. Colocou aquilo na minha frente. Festa! Como desenhei!!!! Quando a folha ficava muito cheia de linhas, eu mudava de folha e começava tudo denovo! Linhas de todas as cores. Umas maiores, outras menores, uma passando por cima da outra, uma se confundindo com outra....

Foi aí que Mamãe apareceu. Entreguei o giz para ver se ela conseguia fazer linhas coloridas, e então algo fantástico aconteceu: a Mamãe conseguiu fazer desenhos. Sim! Eu pedia Auau, e ela fazia.... Miau, e plim! Aparecia uma carinha igual a de um Miau. E assim ela foi preenchendo: Auau, Papai, Vovó, Vovô, Tata, Dindo, Pato, Sapo, Coelho, Coruja, Rato, Piu-piu..... E cada vez que eu pedia, ela fazia... E depois eu ainda colocava linhas coloridas sobre os desenhos, o que os deixava ainda mais bonitos.

Depois daquele dia, meus Gizes são meus companheiros. É legal ficar colocando e tirando eles no copinho azul, onde os guardo. É legal mostrar para Papai o giz azul (que é o meu), o rosa (que é da Mamãe), e o vermelho (que é do Papai). Falar de verdade, só sei falar azul e preto. As outras cores tem nomes difíceis de eu pronunciar. Mas sei bem certinho praticamente todas as cores. Quando Mamãe pede, eu dou: azul, verde, vermelho, amarelo, marrom, preto, branco, laranja e rosa. Aprendi o nome das cores quando brincava na minha barraquinha de bolinhas. Mamãe ficava falando o nome das cores de cada uma delas. Hoje

Na escolinha além do Giz, ainda tem tinta.... É legal, pois dá pra fazer um monte de desenhos com meus amiguinhos, e ainda, no papel, dá pra misturar as cores, e fazer bolinhas e outras formas malucas. Só não é legal quando as vezes minha mãozinha fica manchada, e isso me incomoda.

Ah, Papai também faz desenhos legais. Na minha escolinha, a Profe Jessica falou que na reunião de pais cada Papai ou Mamãe fez um desenho. Ela colocou todos num varalzinho e nos chamou para que descobríssemos qual era do nosso Papai ou Mamãe. No mesmo momento, eu já sabia qual foi o que o Papai fez, pois  foi o mais legal. Ele desenhou eu e um avião bem grandão no céu. Papai sabe que eu adoro avião. Todos os meus coleguinhas sabem disso, e por esse motivo, todo mundo sabia de quem era aquele desenho. Simplesmente o máximo o desenho do meu Papai!

Desenho sempre é uma coisa legal. Seja na TV, seja comigo desenhando ou pintando, seja com Mamãe fazendo, seja nos livros.
Ah os livros! Também os adoro.... Mas conto depois....
Agora vou ali, pegar meu Giz. Deu uma vontade de desenhar!!!!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Hora de Mimi!

Não lembro se algum dia dormi em algum lugar diferente do meu berço, mas sei que adoro ele. Depois que janto, brinco, tomo banho e escovo meus dentinhos, Papai e Mamãe me levam para lá, rezam comigo e me deixam ali, sozinho. Aliás, sozinho não. Tem meu móbile de ursinho e bolinha, tem o Tigrão, o Ursinho e desde a minha última ida ao Dindo Marcelo, tem o Macaco.

Já falei que meus amigos ursos são meio bobinhos, e me dão sono. E como dão! Pra dizer a verdade, eles me cansam. O Tigrão vem sempre com as mesmas histórias, de que brincou com o Pooh o dia todo. O que eu sei que é mentira, pois o Pooh fica lá longe no chão, e por mais que ele pulasse a grade do berço e fosse até ele, o mesmo não conseguiria pular denovo para dentro da grade. Já tentei sair do berço pulando a  grade, mas o que consegui foi machucar meu pezinho, pois a grade é muito alta, e ainda tem uns espaços entre um pauzinho e outro, e é ali que o pé escorrega. Não dá pra pular, não.

O Ursinho fala muito pouco, só responde o que pergunto. Fica ali com aquela cara de feliz. E, quando pergunto algo pra ele, ele só responde sim, não, legal! Ele me cansa.

O móbile do ursinho não fala. Nunca. Só dá risada de mim quando tento alcançar ele. É que ele fica preso num ferro encima do meu berço, e eu ainda não o alcanço. Ainda! Quando eu conseguir pegar ele de jeito ele vai ver só. E como tenho comido bastante pra crescer forte, tenho certeza de que esse dia chega logo. Faço ele parar de rir, e rio eu!
Por isso, ele me cansa. Ser um móbile sem graça me cansa só por estar ali. Sem graça!

Já o Macaco fala bastante. Fala tanto que também me cansa. Sempre tem muitas histórias pra contar. Dos galhos que pulou, do dia que fugiu do meu berço, da briga que teve com o Tigrão.... Nele eu acredito, pois ele pula muito alto. Já vi na Discovery Kids que o George pula alto. Tem também outro macaco no Peixonauta que pula bem altão. Macacos pulam. Por quê ele não pularia a grade do meu berço?

Só que toda essa falação, e todo esse silêncio me cansa. Converso com eles, conto como foi meu dia, o que fiz na escolinha, qual brincadeira mais gostei, porque Papai brigou comigo, que desenho que a Mamãe fez que eu mais gostei, o que a Vovó Regina fez no almoço.... Quando dou por mim já é de manhã, Mamãe abriu a porta e trouxe meu mamá quentinho. Ela troca minha fralda noturna, e tomo meu leitinho. Aí agarro meu Cheiroso, pego minha chupeta e tiro mais uma sonequinha....... Depois que acordo de verdade, é quando chamo a Vovó Regina, que fica comigo antes dela me levar para a escolinha. Não sem antes eu contar para todos os ursos o que sonhei à noite!

Aí é que é mais legal. Ela tira meu pijama de nuvens, põe uma roupa bonita, e deixo os meus ursinhos ali. Eles ainda  são muito pequenos para sair do berço. Imaturos. Com exceção do Macaco que foge, os demais não conseguiriam brincar sem mim

De uma coisa eu tenho certeza, eles ainda têm muita coisa a aprender comigo! Um dia quem sabe, eles tenham a minha maturidade, e possam sair por aí, e aprender coisas novas. Enquanto isso, vou fazendo a minha parte, aprendo e ensino à eles!!!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Adoro Gatos!

Sempre tive contato com cachorros, desde que cheguei em casa. Papai e Mamãe tinham uma cachorrinha, a Maggie, uma Schnauzer bem espuleta. Mas, como a mamãe não conseguia dar atenção à ela e a mim, a Maggie foi deportada para a casa da Vovó Iza. Lá também tem o Bart, um Yorkshire super fofinho e calminho, Mamãe ganhou ele do Papai no começo do namoro, o problema é que ele não usa fraldas, e acaba fazendo pipi em todo canto.
Na casa da Vovó Regina, tem a Cindy, uma cachorrinha vira-latas a qual eu adoro correr atrás para tentar pegar no rabo dela. Ela não me dá bola e só foge de mim. Mesmo assim, é muito legal brincar de pega-pega com ela.

Quando vou na casa da Vovó Iza, os Auaus ficam na cozinha, e eu não brinco muito com eles, não. Mamãe tem medo que a Maggie me morda, pois ela gosta de correr atrás das crianças que moram perto da casa dela. O Bart brinca um pouco comigo, mas eu tenho um pouco de medo. A Cindy sempre foge de mim, então se vem um Auau me lambendo, só pode ser para me morder em seguida. Sou bobo não, prefiro fugir. Digo isso, pois quando eu comecei a andar, a Vovó Regina me levava para passear nas ruas do bairro, e às vezes vinham alguns Auaus imensos latindo no portão e isso me assustava. Latidos ainda me assustam. Tem um Auau que deve ter uns dois metros de altura que vive na casa de trás da minha, ele late bem alto e eu tenho muito medo dele. Já tive sonhos no qual ele vinha no meu quarto e tentava entrar no meu berço, latindo muito alto! Chamei Papai,  e ele veio me salvar, mas ele quase entrou no meu berço, foi por pouco!

Por essas e outras que os gatos são legais! Vejo sempre uns gatos na rua, tento pegar eles e acabam fugindo. Não latem, e são fofinhos. Quando assisto a Galinha Pintadinha, a música dos Miaus é a mais legal!!! A dos Auaus também é, mas os gatinhos são mais fofinhos.

Final de semana passado fui na casa da Vovó Iza. A tia Paula apareceu lá com uma gatinha bem pequenininha, a Gadu. Ela fugiu de mim, mas depois de muito tentar consegui pegar ela no colo. Os pelinhos dela são tão macios quanto os pelinhos do meu Macaco. Ela tem orelhas molinhas, um rabo compridão e o nariz dela é molhadinho. Mamãe me ensinou a fazer carinho bem de leve nela. Disse que se eu apertá-la como aperto meus ursinhos, machuca!
Ela adorou brincar com minha bola verde. Eu jogava para ela e ela pulava e rolava com ela. Foi muito engraçado!
Uma hora ela estava deitada e eu fui bem de mansinho para tentar pegar ela denovo. Foi aí que ela passou a unha no meu bracinho. Doeu. Fui ao encontro da mamãe. Chorei. Por quê ela me machucou se não fiz nada pra ela? Mamãe me explicou que ela era bebezinho, e não sabia brincar direito. Que ela não fez por mal. Parei de chorar. Voltei a tentar pegar ela. Brincamos mais um pouco, só que aí ela mordeu meu dedinho. Como sou bem fortão, não doeu não, mas fiquei triste. Chorei. Mamãe deu beijinho e eu me acalmei. Ela falou que era pra eu tomar cuidado, pois ela brincava de morder também. Entendi, mas preferi ficar só jogando a bola pra ela. Essa brincadeira de morder só é legal quando eu mordo, levar mordida dói.

Mesmo a Gadu sendo mal educada e não saber brincar direito, não vejo a hora de brincar com ela denovo. É legal brincar com meus ursinhos, mas ela parece um ursinho que se mexe, e isso é muito incrível! Queria que meus carrinhos andassem de verdade também. Às vezes até converso com meu Macaco e com o Tigrão, mas eles são muito bobinhos. Eu tenho que ditar as regras das brincadeiras, e isso me dá sono. Com a Gadu é diferente, ela pula, corre, rola... Na próxima vez, vou ensinar à ela como se deve brincar. Vou explicar que morder e arranhar, machuca. Ela vai entender e vamos poder brincar sem que ninguém se machuque, afinal, eu sei bem como fazer carinho. Agora basta ela saber se comportar como uma gatinha grande, assim como eu sei me comportar como um rapazinho, Mamãe sempre diz isso!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Meu Papai

Meu Papai participa da minha vida há uns 10 anos. Sim, hoje tenho 2, mas antes ele teve que conquistar a mamãe, o que não foi fácil... hehe

Depois que Papai e Mamãe casaram, a ideia de Mamãe era de me começar dali uns 5 anos, pois ela se considera uma mulher moderna (seja lá o que isso signifique), e queria trabalhar muito. Papai no entanto, quis que eu viesse logo para ele me levar no futebol.... e ele, como é bem esperto, convenceu mamãe logo!
Quando eu já estava lá naquele meu lugar estranho, (onde eu morava antes de morar aqui), eu ouvia a voz do meu Papai lá de longe... Às vezes ele chegava mais perto e eu conseguia ouvir mais alto, e escutei em alguns momentos ele dizendo para a Mamãe que quando eu saísse dali, ele conseguiria ter um contato maior comigo. Acho que o meu lugar estranho era estranho para ele também....

Aí quando eu saí, percebi que aquele cara de roupa azul, seria o Meu Papai. Será que todo mundo tem um Papai igual ao meu? Tenho certeza que não..... Ninguém pode ser tão alto, forte e engraçado como ele.

Desde que cheguei, meu Papai (ou Papaísss, como costumo chamar), é quem me dá banho. E o banho é sempre uma bagunça! Ele faz eu escolher um brinquedo, e juntos damos banho nele. No brinquedo e no Papai... hehehe. Ele sempre sai molhado, não adianta! Faço de conta que vou virar o chuveirinho para o lado, e sem querer miro nele! É muito engraçado!

É também engraçado quando é hora de escovar os dentes para dormir. Me agarro no Papai beeeem forte para que a Mamãe não consiga chegar à minha boquinha..... Ele foge da Mamãe, e damos muita risada. Assim como quando ele me levanta beeeeem alto e brincamos de avião. Como meu Papai deve ser o mais alto do mundo, quase alcanço o teto, dá um medo gostoso, mas como ele é muito forte, sei que posso confiar que eu nunca vou cair!

Ele trabalha no lugar mais legal do mundo. Na minha escolinha! Eu sei pois o mesmo desenho que tem no crachá dele, tem no meu uniforme. Mas ele não é profe igual a Profe Jéssica ou a Tais, ele deve fazer outra coisa. Sempre ouço ele falando em empresas. Ele deve ser profe de empresas. Não sei! Só sei que às vezes ele aparece na minha salinha e meus coleguinhas ficam morrendo de inveja que meu Papaísss aparece lá, e os deles não... É bem legal!

Meu Papai também tem uma moto beeeeem grandona. Igual a todas que passam na rua... Pergunto pra ele quando passa uma, se é a dele e ele sempre diz que é parecida. Parecido deve significar igual, né? Já subi nela, e fico muito altão.... Tem um monte de botões que dá pra mexer, e me sinto igual ao Papai. Acho até mais legal dirigir a moto que o carro.... No carro todo mundo fica sentado de lado, já na moto, só eu fico lá encima. É bem mais radical. Deve ser por isso que o Papai, o Vovô e o Dindo PC têm moto, pois os meninos da família são radicais. Já as meninas (a Vovó, a Tata e a Mamãe) dirigem carro, conclusão: meninas de carro, meninos de moto.

Papaísss é sempre muito sorridente e brincalhão. As vezes ele fica bravo quando faço alguma coisa errada, e quando ele briga comigo, faz uma voz de trovão que me deixa tão triste que dá vontade de chorar. A voz de trovão da Mamãe nem assusta tanto, mas a do Papai parece que dá uma dor na garganta, e eu choro. Ele me explica o que fiz de errado e fazemos as pazes. Não gosto quando isso acontece.

Ah, lembrei de uma coisa de quando eu era bem pequenininho: Papai me levou para meu quartinho, e lá tinha uma luz azul. Ele colocou um CD com músicas que me davam sono, e ficou ali me olhando. Antes de eu dormir, vi que o olho dele estava todo molhado. Nunca mais vi meu Papai com o olho molhado. Mamãe entrou no quarto, abraçou ele e os dois ficaram me olhando com o olho molhado. Ele disse à ela que a "ficha tinha caído", apesar de eu não ter derrubado nada. Meus olhinhos comaçaram a pesar e eu dormi. Sinto que daquele momento em diante, eu e meu Papai viramos grandes amigos. Pode ter qualquer pessoa por perto, que ele sempre é o escolhido para eu pegar na mão e levar para brincar. Sempre quando ele assiste futebol, o grito de gol dele é o mais alto. O colo dele é sempre mais protetor, e quando me machuco, o beijinho dele sempre faz sarar mais rápido.

Ainda não consigo expressar meus sentimentos, mas o meu Papai, é o cara mais legal do mundo. Assim que eu conseguir falar bem certinho, vou olhar no olho dele e falar isso de homem para homem.

(a mamãe já desconfia disso tudo, mas é melhor que ela não saiba, pois morre de ciumes da nossa relação de homem para homem)

domingo, 1 de maio de 2011

O que eu não lembro

Tem coisas que eu não lembro, mas mamãe sabe contar bem. Em detalhes.

Uma delas é como eu comecei. Pessoas começam? Aparecem? Não sei. Por isso digo que eu comecei.
Papai e Mamãe namoraram 6 anos. Noivaram. Casaram. Depois de pouco mais de um ano, acharam que faltava algo. Eu? Claro!

Quando Mamãe descobriu que eu comecei, ela fez até surpresa para Papai. Deu um par de sapatinhos amarelos para ele, com um bilhetinho que eu supostamente teria escrito. Eu? Pois é, Mamãe é estranha, às vezes!

    "Papai, ao que tudo indica, estou a caminho. Beijos, seu filho."

Papai ficou muito feliz. Até bobo pra falar a verdade.

Durante todo o tempo que fui sendo "começado", ou seja lá como seja descrito aquele tempo escuro e molhado, ouvia Papai e Mamãe falando ao longe, e algumas músicas que Mamãe cantava. Era bom, me sentia relaxado.

Num certo dia, senti que algo estava estranho. Parecia que tinha algo me apertando, meu espaço no lugar estranho ficava apertado de tempos em tempos. Isso durou pouco tempo. Até que algo bem maluco aconteceu.

Primeiro que aquela parte molhada que ficava envolta de mim começou a diminuir, até desaparecer.... Dali por diante, o lugar estranho parecia me empurrava para baixo, e isso foi ficando cada vez mais intenso. Até que apareceu uma luz muito forte. Não conseguia nem abrir meus olhinhos. Vozes altas. Frio.
Tanta coisa estranha que eu até chorei. Senti medo. Era tudo muito estranho. E mamãe? E meu lugar estranho, por quê tiraram ele de mim?

Enquanto eu pensava tudo isso, ouvi a voz de Papai. Abri meu olho. Vi uma pessoa na minha frente, todo vestido de azul. Ele sorria. Falava com uma voz bem menos abafada de antes. Gostei do rosto dele. Meu Papai!

Depois que uma moça me cutucou em várias partes do meu corpinho, me enrolou num pano, o que me deixou com menos frio, e me senti mais seguro.

Logo depois disso, Papai me pegou no colo, e ele me levou até a Mamãe..... Lembro até hoje do olhar dela, de sentir o cheirinho dela pela primeira vez....  Enquanto ela chorava, disse para mim: "Oi meu amor, eu sou a mamãe, como você é lindo"! Trocamos olhares por longos minutos. Não queria esquecer como ela era. E como era gostoso aquele calor que eu tanto conhecia. Me senti tão seguro que quase dormi....

Depois, papai me levou em um  lugar que eu via um monte de rostos sorridentes. Alguns desses rostos choravam. Papai disse que era minha família...

Aí veio uma moça, me pegou e que me colocou na água. Era bom. Era quente igual ao meu lugar estranho.

Ouvi mais vozes familiares, mas que não eram da Mamãe. Onde ela estaria? Colocaram uma roupinha em mim. Era diferente do meu lugar estranho, mas diminuia meu frio.

Fui para o quarto com mamãe, e tomei meu primeiro mamá..... Como era bom. Melhor que a água do lugar estranho. Fiquei sentindo o calorzinho e o cheirinho da Mamãe, ouvindo a voz do Papai, até que adormeci.

Sonhei com meu lugar estranho, e as imagens das pessoas se confundiam com as imagens das minhas mãozinhas, o cordão de puxar do lugar estranho, a voz da Mamãe cantando, o sorriso do Papai....

Tão quentinho, tão gostoso, tão macio, tão real....... 

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