segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Indo ao Jogo de Futebol

Eu precisava vir até aqui contar como foi o meu dia de ontem. Fantástico, no mínimo!

Meus Dindos foram lá na Vovó Regina, fazer almoço para a gente. Meu Dindo PC faz umas comidinhas diferentes, apesar de eu adorar mesmo arroz!
Almoçamos e me bateu um sono bem forte. Fiquei chato e eu queria dormir.

Papai e Dindo vestiram a camiseta de futebol deles e falaram que eu iria junto ao jogo. Eu queria  mesmo era dormir. Mamãe me deu a opção de ir com ela na Vovó Iza. Ainda, dormir me parecia a melhor opção.

Entramos no carro: Eu, Papai, Dindo e Mamãe. Eu achei que dormiria assim que sentasse na cadeirinha, mas como o Dindo foi ao meu lado, fomos conversando e olhando os sinais (vermelho ou verde) para avisar Papai se ele poderia passar ou não. Talvez Papai se confunda se pode passar no verde ou no vermelho, assim fico avisando se ele pode ir ou não.

A essas alturas, ir ao jogo começou a me parecer interessante... lembro que quando eu era pequeno fui uma vez com eles. Porém, achei chato e cansativo. Papai saiu antes de terminar porque ficamos cansados, eu do jogo e ele de mim... Mas como agora sou grandão e muita coisa mudou, pensei que poderia tentar de novo. Assim, quem sabe dessa vez poderia ser diferente?

Papai parou o carro e eles começaram a sair. Quando comecei a querer chorar, Mamãe veio me tirar da cadeirinha e se despedir de mim. Sim, eu iria ao jogo com os meninos. Um encontro só de homens. Logo Vovô Mario também se juntou a nós.

No caminho já foi divertido... Via muitas pessoas indo na mesma direção com a camisa igual a do Papai e do Dindo. Eu confesso que gostaria de  estar vestido igual, me sentiria mais pertencente ao grupo. Mas enfim, eu estava ali, e isso bastava!

Enfim, chegamos ao que chamam de Estádio. Um lugar muito grande, com muita gente (a maioria vestida igual), e no meio tem um gramado muito verde e imenso. Não lembrava que era tudo tão grande e bonito. Gostei das cores das cadeiras combinando com as camisetas e com as bandeiras que balançavam ao longe. Cantamos o Hino... aquele mesmo que cantamos na escola no mesmo dia do Dia do Brinquedo. Achei legal reconhecer a letra, mas ainda não sei cantar. Só sei que precisa ficar quieto e com as mãozinhas ao lado do corpo. Me comportei.

Depois do Hino, começaram a lançar uns foguetes com um barulho muito alto. Eu não esperava aquilo, e me assustei. Chorei. Papai me pegou no colo e me levou para outro lugar. Comprou um suco para mim. Logo veio o Dindo e me pegou no colo. Conversou um tempo comigo, e logo eu estava mais calmo. Voltamos para a arquibancada. Sentamos. Dindo me explicou como tudo funcionava, e achei tudo muito legal.

Os jogadores correm atrás da bola, e a chutam um para o outro. O objetivo é colocar ela naquele quadrado branco chamado de gol. E esse é propriamente dito, o tal do Goooooool. Legal, né? Aí, quem fizer mais gols, vence!

Os outros torcedores cantavam e gesticulavam muito com os braços. Dindo puxava a manga da camiseta e levantava os braços. Eu imitava tudo o que ele fazia (incluindo o gesto de puxar a manga), pois deveria fazer parte do ritual. Bati muitas palmas. Gritei coisas que nem eu mesmo entendia do que se tratava. Em outros momentos eu batia palmas e Papai me corrigia dizendo que naquela hora não podia, que era do outro time. Não entendi muito bem essa parte de ter hora de bater palmas e hora que não era. Tentava imitar o que eles faziam, que dava certo!

Em um dado momento, saiu o Gol. Todos gritaram muito, e comemoraram. Era muito mais alegria que um simples Parabéns num aniversário. Era mais alegre, mais vibrante, mais feliz. Todos ficaram em pé, e pulavam, sorriam e se abraçavam! Um gol é algo a ser muito comemorado. Deve ser bem difícil para marcar um gol com uma bola tão pequena em um gramado tão grande, deve ser por isso a comemoração. Nesse momento, Dindo me pegou no colo e me ergueu muito alto. Era tudo muito sensacional.

Dindo também comprou um pacote bem grandão de salgadinho... Fiquei sentado em uma cadeira só minha comendo e bebendo suco. Me senti muito grande, muito importante por estar ali, afinal, não vi nenhuma criança pequena. Alguns poucos do meu tamanho. Nos olhávamos com um olhar de cumplicidade. Afinal, era um jogo de futebol, criancinhas pequenas não fazem parte desse ritual.

Compramos uma chupeta do time para a Luana. Gostei de uns bonecos, mas Papai não comprou para mim! E a camiseta igual a deles, não tinha do meu tamanho. Ok, fiquei sem presente. Mas achei linda a chupeta e depois dei à Luana bem feliz. Certeza que ela iria adorar!

O jogo acabou e fomos embora. Andamos bastante, e encontramos Mamãe.

Nunca imaginei que ir a um jogo pudesse ser tão divertido. Gostei de cada minuto, e me curti muito!

Achei que o Dindo PC fosse me deixar meio de lado quando a Luana, a minha prima, chegasse. Mas ontem vi que não. Ele continua o mesmo Dindo que sabe fazer brincadeiras, que sabe me ajudar a fazer as cambalhotas mais gostosas e me dá muito amor e carinho.

Agora vou ficar de olho... quando Papai falar que vai ao jogo, ou se eles vestirem a camiseta do time, já vou querer ir junto, e eles que ousem não querer! Aquilo já faz parte de mim!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia do Dudu

Não sabia que existia um dia de Crianças. Ouvi na escola, e logo cedo Mamãe disse que era. Fiquei feliz, pois imaginei que meu dia seria muito legal. Afinal, sou criança, sendo assim, era MEU dia!!!

Papai assim que me viu, disse que iriamos ao teatro. Não achei legal. Já fui ao teatro com a escola, e a lembrança que tenho é de um lugar escuro e com barulho alto que me dá medo. Mas Papai e Mamãe insistiam.
“Então Dudu, vamos ao teatro hoje?”
Eu respondia que NÃO!
“Quem quer ir ao teatro???”
Eu ficava mudo.
Tinha certeza que no MEU dia eles não fariam isso comigo.

Pois fizeram!

Chegamos em um lugar muito grande. Com um gramado bem verde e cheio de Quero-Queros... achei engraçado o nome desses pássaros... Segundo Mamãe, a Mamãe Quero-Quero é brava e protege muito bem os filhotes. Não posso correr atrás como faço com as pombinhas. Ruim isso!

Dentro desse lugar, haviam muitos pais e filhos. Muito mais do que eu vejo na escolinha.
Entramos em uma fila, e aguardamos. Logo a fila começou a andar. Quando chegamos a uma porta com uma escada, pressenti que aquilo realmente era um teatro. Não resisti e comecei a chorar. Papai me pegou no colo e me tranquilizou. Fiquei mais calmo, eu ainda acreditava que eles não fariam isso comigo (me levar ao dito cujo do teatro).

Sentamos, e aquela cortina vermelha não me deixava enganar. Mas ninguém chorava. Não seria eu a estragar o silêncio de choros.

Apagaram algumas luzes. Comecei a chorar. Papai me tranquilizou. Parei.

Mamãe explicou que logo eles apagariam as luzes, mas que era para eu ficar tranquilo que ela e Papai estavam ali. Senti vontade de chorar. Papai repreendeu Mamãe. Mamãe ficou quieta.

Aí que as coisas ficaram pretas. Escuras para falar a verdade. Um medo imenso tomou conta de mim. Não consegui me controlar e chorei. Era só eu chorando, fiquei envergonhado, mas não me contive.
Papai, que é um cara legal, levantou comigo e saiu. Mamãe veio logo atrás. Ainda lá fora tentaram me convencer a entrar novamente, mas só a ideia me fazia chorar. Fomos embora!

No inicio até fiquei meio envergonhado. Mas como era MEU dia, não era justo eu fazer algo que eu simplesmente não acho nada legal e ainda tenho medo, certo? Tinha certeza que eles teriam um outro plano de diversão para o dia, e não ficariam chateados com o ocorrido.

Saindo dali, fomos almoçar o que eu adoro: pizzas pequenininhas* com suco de laranja.

Depois, entramos no carro e fomos em um outro lugar legal: um parque cheio de grama, pombinhas e crianças. Ali sim era um lugar legal, sem escuro ou coisas que me dessem medo. Se Dia Das Crianças era um dia para fazer uma criança feliz, agora eles haviam acertado!

Depois de muito andar, muito ver e muito conversar, e eu muito andar altão no ombro do Papai, era hora de ir embora. Mal entramos no carro e acabei dormindo, descansando bastante até chegarmos em casa. Chegando lá, vimos um filme com o Leão e o Papai dele**, e comemos pipoca! Já disse que eu adoro pipoca salgada!? Delicia!

Então, MEU dia foi assim. Aproveitei muito com Papai e Mamãe e um passeio de criança... Pena ter começado meio chato, mas o final compensou!

Então, para os que leem aviso: teatro não é legal!
E por favor, não tentem me convencer ao contrário. Não gosto e ponto final!

Feliz Dia dos Adultos a todos!!!!


* Sfihas de queijo do Habib’s
** Madagascar 2

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Medo do Escuro

Sou um cara muito corajoso. Não sou de ter medo de qualquer coisa, não. E quando acontece de eu ficar meio assim com alguma coisa, Papai ou Mamãe estão sempre me mostrando que está tudo bem. Mas ontem senti medo. E abri o jogo.

Sempre quando Mamãe chega do trabalho, ela sai comigo andar pelas calçadas do bairro. Ontem estava bem gostoso e saímos andar. Acho muito legal andar pela calçada e com isso aprendi muitas coisas:
- Não se deve andar na rua. A rua é para os carros.
- Devemos andar na calçada e na calçada. Senão o carro pega e machuca.

Mamãe sempre me convida para irmos andar na rua, e respondo isso para ela, ela acha lindo e diz: “Isso mesmo... você é muito esperto!”.

- Outra coisa legal que aprendi, é que quando vamos atravessar a rua, tem um botão perto de onde vamos atravessar. Se apertamos o botão e esperamos um pouquinho, o bonequinho do outro lado da rua fica verde e podemos passar. Mas só quando o bonequinho está verde. Mamãe até brinca em querer atravessar quando ele está vermelho, mas eu não deixo. É engraçado que é só o benequinho ficar verde que todos os carros param e a gente pode passar. ‘Quase’ todos os carros obedecem o bonequinho. Tem uns teimosos. Ontem mesmo, esperamos um tempão o bonequinho mudar de cor, e quando já estávamos quase na metade da travessia, um carro passou. Mamãe deu bronca no homem que dirigia o carro, e ele se foi. Mamãe ficou brava! Eu também!

- Outra coisa que aprendi, é que quando  estamos no carro, não olhamos o bonequinho, olhamos a bolinha. Se ela está verde, a Mamãe ou Papai podem dirigir. Se está vermelha, eles param e esperam mudar de cor. Sendo assim, se estamos a pé, olhamos o bonequinho; se estamos de carro, olhamos a bolinha. Verde, significa que podemos andar. Vermelho, esperar!

Demos uma passada no mercado, e Mamãe não deixou eu olhar os brinquedos que tem por lá por muito tempo. Ela disse que eu já tinha visto o suficiente, e que eu não levaria nenhum hoje, pois ontem ela deixou eu levar uma gatinha. Saí de lá chorando, pois eu queria ver mais. Fomos até a farmácia e no caminho, ela fez eu ouvir um barulho que eu nunca havia me dado conta: Grilos. Passamos numa árvore e o barulho era bem alto. Ela explicou que ele era bem pequeno e sentia medo da gente, por isso se escondia. EU é que fiquei com medo de todo aquele barulho. Fomos para casa falando sobre grilos e eu fiquei ouvindo que em todo canto havia um fazendo barulhinhos.

Em casa, ouvi que tinha algum perto. Fiquei com medo. Mamãe tentou me tranquilizar dizendo que ele é amigo, e estava lá fora. Rá! Se fosse amigo estaria ali dentro e brincando comigo. Não me convenceu e fiquei com medo.
Mamãe disse para eu ir lá no meu quarto pegar meus dragões para a gente brincar. Não consegui. Olhei meu quarto todo escuro, e por mais que eu saiba acender a luz, algo me impediu de ir. O medo.
Olhei para a Mamãe apreensivo e não fui. Ela perguntou o que aconteceu. Respondi: “Mamãe, estou com medo.” Não lembro de ter dito isso em algum dia. Nunca senti nada igual. Nunca fiquei colado no chão sem conseguir ir a algum lugar sozinho. Por medo de chegar lá e encontrar alguma coisa no escuro. Medo do escuro. Medo do grilo. Medo.
“ Medo? Medo de quê, Dudu”, Mamãe perguntou. “Medo do escuro”. Respondi. Eu não sabia bem do que eu tinha medo. Mas quando olhei o quarto escuro foi o que eu senti. Ela me pegou pela mão e disse que eu não precisava ter medo. Ela ia comigo pegar os dragões e me mostraria que não tinha nada no quarto que eu precisasse ter medo. Chegando lá, eu não senti mais medo. Liguei a luz, e realmente não havia nada que eu precisasse temer.

Pegamos os dragões, voltamos para a sala, e brincamos. Esqueci o medo, esqueci o grilo, e me senti mais forte.

Realmente no escuro não tem nada. Mas só vemos isso quando acendemos a luz.
Será que o que tem no escuro, tem medo da luz?

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